Breve viagem ao País das Libélulas(shroom records, 2006)
1. Partida (quatro asas)
2. Estadia (a dança da mosca-dragão)
3. Retorno (meu sofá sem você)
4. Epílogo (eu não tenho sorte nessa vida)
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No final de 2005 eu me encontrava devastado por uma sequência de frustrações femininológicas e não sabia bem o que fazer sobre isso musicalmente. Pensei em gravar "A pior das alergias: vol. II" e cheguei a compor uma ou duas canções pra isso, mas felizmente desisti da idéia.
Um belo dia, enchi a cabeça de fumaças esotéricas e fui dar um mergulho no meu recanto fluvial favorito ao pé da Bocaina, e eis que fui transportado para uma outra dimensão por um daqueles belos insetos aos quais os anglo-saxões se referem curiosamente como "moscadragão", de onde me foram transmitidas as três pequenas peças instrumentais que compõem este disquinho efêmero. Gravei no PC, sem grandes firulas (sem nenhuma firula, diria), mixei eu mesmo como podia e deu no que deu. O Valentino diz que a estética é horrível, e provavelmente ele está certo, mas eu até gosto dessas batidas eletrônicas sem-senso-de-noção e dos pianos em forma de estudos mccartneiescos. Na certa o escapismo inconseqüente foi uma alternativa bem melhor que mais um 'break-up-album-de-meia-tigela'. Pra não ficar só nos três capítulos e terminar desse jeito caia-na-real-e-chore, acabei incluindo uma canção cantada que serve perfeitamente como um epílogo pra história, depois acabou virando uma constante nos shows dos Supercordas e ao que tudo indica vai ganhar um arranjo menos bêbado e tosco no nosso próximo disco.
Fechada a idéia, pedi pra minha amiga Alice - brilhante artista psicodélica lá dos confins sulistas do país - pra me rabiscar uma capa, e ela me mandou essa velha xilogravura bem louca e cabidamente angustiante.
Enfim, se fosse literatura, seria um conto. Como não é, pode ser o primeiro single conceitual de que se tem notícia. Ou não?
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